Unidos por isto

Vou-me embora!
Faz pouco tempo que cheguei, mas isto era apenas um refúgio, e para que saibas, estou farto de ti!
Leitor que me desprezas e ao que lês. Pois para ti é apenas leitura tardada, ou mais uma, não sei.
E por vezes musa, outras, por puro gozo, ou gosto.
O que importa é que fui, enquanto lias o meu ódio por ti; Mas, se não fosses tu, quem seria eu?!
Talvez te odeie por precisar mesmo de ti, mas sei que te perdes em amores por mim, quando gostas, mesmo vangloriando o que digo, mesmo citando vezes sem conta o que escrevo. E as ideias vêm-me à cabeça de novo, graças a ti, meu Leitor afável, respeitador de ideias francas, crítico de todas elas, ou quase todas que negas serem verdade; Testemunhas fracassos e aplaudes quando sentes que tenho futuro. Condenas-me em prosas, crucificas-me em poesias, dás-me afecto e partilhas-me com os teus pensamentos; tal como te partilho eu, com milhares de frases que te tocam ou te fazem reviver momentos ou pessoas. É este o nosso relacionamento, como se me quisesses tocar em cada palavra e deixares-me num verso inteiro.

Por Pedro Cerqueira » Sábado Mar 27 2010 20:45

Censurado por silêncio

Brutalidades escolhidas a dedo,
E apontadas como certas,
Como que adolescentes,
Numa escola de indecentes.
E levam-no como logradouro,
Até se tornar um imperfeito vicio,
Que acham ser perfeitamente enriquecedor.
E esses nunca se darão como felizes,
Mas sabem sabem que são,
Até um certo dia.
E nós apenas recebemos em troca
Aquele mero escárnio,
Ou memórias de pura glória passada.

Por Pedro Cerqueira » Sábado Mar 27 2010 20:10


Infeliz esperança

Infeliz esperança,
Que ali ficou, adormecida,
Numa cama de pregos,
E não deixou rasto de sobrevivência.

Ensonada por soníferos,
Escondida em vasos de cobardia,
Mas fiel a si mesma,
Pois prometeu nunca prometer que ficava.

Citou as tuas palavras,
E o nosso destino;
Cruel e frio,
Longínquo.

Dizia,
Tais palavras.
Não mentia,
Aos dois,
Ou apenas a nós.

Pensei que não necessitava dela,
Mas o que morre depois da esperança?

Por Pedro Cerqueira » Sábado Mar 27 2010 19:12

Sombras em dias nublados

É vergonha, é ódio, pudor.
É querer ser o que não sou,
E ser o que não quero.
É origens, e tais desenlaces.
É amizades, e as que se foram,

É sentimentos incompreendidos,
Invisíveis,
Mal-Sentidos,
Mal-Vividos.

É querer o nada,
E agarra-lo com toda a força.


Por Pedro Cerqueira » Sábado Mar 27 2010 18:42

Pai de vida

Não sei onde estou, nem que caminho é este o que percorro.
Mas sei que me sinto bem ao senti-lo.
Sei que no fundo até gosto de senti-lo, mesmo não sabendo o destino.
Cabisbaixo, assim vou.
Até que ergo a cabeça, e te vejo.

Acredito ser uma miragem,
Mas sinto-me deliciado.
Sinto-me diferente,
Como que ao teu lado.

Noventa, sim, foram noventa.
Quase um século viveste, e quase três décadas a meu lado.
E durante todo esse tempo,
Aprendi contigo, sim,
Aprendi.

Pois parte do que sou hoje,
Vem de ti,
E até mesmo naquele 'jogo de pintas'
Eu aprendi.
...
Até ao último toque,
Até ao último pigmento morrer,
Até tu ficares de cima a olhar para mim ( Olha por mim agora ),
Até àquele beijo gélido....

E como sinto a tua falta,
Indirecta ou Directamente, fazes falta.
Hoje, Ontem, Amanhã, Um dia, Outro.
Sempre viverei, a pensar em ti.
E serás a primeira pessoa que quererei rever.

Lembranças queimei, mas com memórias fiquei,
Só quero que fiques a saber:
Avô, eu chorei.

Por Pedro Cerqueira » Segunda Mar 22 2010 22:51

A renda

Sonhei contigo.
Sonhei que tínhamos um apartamento, só nosso, e que desse apartamento, tentamos arrumar todas as tralhas que alguém tinha ali deixado.
...
'Tanto que custa! Não sei se quero arrumar mais, e porque não deixamos isto aqui, e aquilo ali?!
Talvez não fizesse mal', disse eu.
Em gesto de indiferença, tu encolhes os ombros.
E assim tentamos viver.
...
Até que este apartamento tornou-se tão incomodo de viver, tão fechado, ofegante.
Mas tínhamos algo que nos unia, algo que nos fazia tentar: As janelas e portas desta.
Tentamos até que não conseguimos, mas lá nos fomos arrastando nesta vida monótona, até ao ponto de vivermos, agora, unidos por apenas uma única coisa: A renda.
'Não, nesta casa não dá mais, isto está uma bagunça, e a renda é elevada.' - Disseste.
E bem que tinhas razão, a casa estava cada vez mais mórbida, os quartos quase nem se notavam com tanta desarrumação.
Tu partiste, eu também.
E ali apenas ficaram, fantasmas, assombrando-a.
Mas sabes onde fui hoje?!

Por Pedro Cerqueira » Segunda Mar 22 2010 22:33

Meros pormenores

Não, não sou isto ou aquilo.
Não, não pareço isto ou aquilo.
Mas posso ser.
Posso ser o que quiser, o que tu quiseres que seja, pode ser como tu quiseres.
Posso criar aqui uma história, ou um mero aglomerado de palavras que não se percebe, nem parte.
Mas tento, e se nada correr como quero, tento outra vez.
Pois quero este sonho, tanto como tu, e luto por este sonho, e seja ele quem for, não me derrubará.
Poderão sim, ignorar o que escrevo e descrevo, ignorar não só letras e palavras, mas sentimentos, fases e características que nunca irão.
Nem tu.
Mesmo não querendo, juro que serei fiel a mim mesmo, ficarei aqui para mim mesmo.
Egoísmo sim, mas ninguém ditará o meu futuro, senão eu e as minhas acções.
Quem é quem para reger vidas?! Quem é quem para dizer o que está certo, errado, ou até mesmo implementar leis e educar morais?!
Nunca terás direitos de ditar um futuro que não é teu; Poderás sim desviar a verdade, ignorar a verdade ou querer fazer ver a mentira.
E se não te corresponder à verdade, olha para mim, e vê uma estação:
Sim, sei que não sou perfeito, e que nunca estarei livre desta sentença, mas não cries expectativas para nós, onde nunca conseguiremos chegar.
Apenas agarra a minha mão e vive!

Por Pedro Cerqueira » Segunda Mar 22 2010 22:17

Lucifer, pequei.

Sim, voltei a pecar, inocentemente, mas sinto-me culpado por mim mesmo.
'E como se comete o mesmo erro duas vezes?!' - Perguntas tu.
Apenas talvez seja eu um Judas, mais uma 'ovelha negra'. Ou nem isso.
Quero mudar, mas nem tantos quereres restam.
Fico perdido, atordoado.
Não sei a quem mentir, não faço a mínima se quero desistir.
Não te peço ajuda, pois sou tão ou mais que tu.
Pois sei que existo.
E tu?! Onde estás?!
Não te peço que mostres, mas já que és 'Caído', que te levantes, e talvez, quem sabe: Renasças.
Tal como eu, que após cair, me levanto, e aprendo com os erros, mesmo não sendo anjo algum.
Somos semelhantes, não no nome ou aspecto físico, mas sim na personalidade.
Somos senão iguais, pois também nego ajoelhar-me perante alguém que não julgo superior!
Dizem eles: 'Somos todos iguais'
Mas onde está a igualdade aqui?! Talvez tenha horas certas, essa. Ou talvez certas pessoas.
Sim, Lucifer, não somos todos iguais, por isso foste condenado.
Tal como eu um dia serei, por te escrever, anjo.

Por Pedro Cerqueira » Segunda Mar 22 2010 21:31

Voltei a errar

Mais uma vez, escrevo, apresso-me,
Para que não fique sem fôlego
Antes de tudo dizer.
Apresso-me, pois não te quero voltar a perder.

Mas sem qualquer pensamento na tua ideia,
Senão o desejo de me quereres tocar,
Fechas os olhos, dizes que me queres ter: sufocas-me.

Se não respondo,
Ficas,
Mas por pouco tempo.

Mas se assim é,
Se assim será sempre que penso em ti,
Então vai!
Põem-te longe, para que não possa respirar mais de ti.

Quero te ver feliz,
Não comigo,
Pois sei que mesmo que tentemos,
Nunca iremos conseguir, sequer tentar.

Por Pedro Cerqueira » Segunda Mar 22 2010 21:14

8 Março, 2010

Mais que prosa, acima de sentimentos, é uma declaração não declarada.
E a ti me declaro.
E espero, desespero, e espero outra vez.
Mas nunca em vão. Porque quando o tal dia chegar, eu sei que vou ser feliz.
Sei que vou conhecer os olhos de até então uma voz; Sei até, que essa mesma voz irá acalmar os meus sentidos.
Silenciosamente te direi ao ouvido: ‘Hoje fui feliz’.
Mas não perguntes porquê, interpreta bem apenas o que te direi, sente.
Grito o teu nome, mas de nada me adianta: Encosto-me a uma parede que por ali perto está, recolho as pernas, isolo-me, e espero: Por ti.


Por Pedro Cerqueira » Sexta Mar 05 2010 21:43

Naquele grassar estimulante.

Indolência,
Sem tendência
Qualquer e sem
Clemência,
Vivi.

Naquele enaipar isagógico,
Cartas fora do baralho vi,
Revogo,
Mas nem sequer eu decidi,
Quais as normas do jogo.

Essa mendacidade...
Chega d'Eça!!
Que se esqueceu,
Pois tal Pessoa não aguenta.
Nem eu.

Sinto-me quente, cansado.
Arde-me a cabeça, e
Tal horas que fiquei,
E ainda continuo aqui,
E aqui estarei.


Por Pedro Cerqueira » Quinta Jan 21 2010 14:27

Mestre, tudo continua

Mestre, tudo continua.
Igual tudo está,
Esta miséria prevalece.
Pois ninguém tem a mente sã.

Mentes alterou,
Não só no passado,
Mas também no presente.

Pois filho de su'alma sou,
Grande mestre,
Me criou,
Grande vontade de escrever ficou.

Mestre, tudo continua.
Igual tudo está,
Esta miséria prevalece,
Mas possibilidades, ainda há.

Tudo é nada,
Mas nada é muito,
Para quem o valoriza,
Isto será algo.

Vayáis juntar fuerzas

Por Pedro Cerqueira » Sábado Jan 16 2010 14:23

Farrapos ficaram, mas ninguém se lembra.

Traduzo inspiração para o papel,
Mas ninguém o quer reconhecer,
Ninguém sabe quem sou,
Nem eu reconheço o meu ser.

Esse alguém que morreu
Numa praia ao luar,
Enquanto ouvia
Alguém a chamar.

Farrapos ficaram,
Mas ninguém se lembra.


Por Pedro Cerqueira » Sábado Jan 16 2010 15:39

Sou nada.

Pessoa não sou,
Mas gente sonho ser.
Pois um dia
Acabarei por morrer.

E a vós vos pergunto.
A vós, mas não sei a quem!
Quando?
Quando é reconhecido alguém?


Por Pedro Cerqueira » Sábado Jan 16 2010 15:51

[2] Segredos

Raízes vou buscar
A um solo conhecido.
Mas por muito que queira,
Não serei seu amigo.

Não se finge, nem se mente
Quando com a alma se escreve.
Dizem que sim,
Mas pensam que não
Pois não pensam com coração.

Pode apenas ficar assim:
Imperceptível para outros,
Mas não para mim.
Não para quem os outros são nada.

Segredos não direi,
Nem mesmo aos que estão mortos.
Pois esses já sabem
Onde serão postos.


Por Pedro Cerqueira » Sábado Jan 16 2010 15:45

Cruz no peito e vai de retro o pensamento.

Tento levar-me para qualquer outro lado, ainda se o caminho é desconhecido. Mas por mais que tente, parte de mim é teu.
Entregando o corpo, mas não a alma - pois esta a reservo a ti - e sem medo o digo que nem tarde demais, nem tão cedo quanto o nosso renascimento possa vir a ser mais alguma coisa, mesmo que essa vontade enorme de querer despir desse corpo que é teu, o pedaço de roupa que te dei, que muitos o chamam farrapos ( Cegos seus olhos que vêm ), o conseguirás fazer.
Mas como o chamarás tu?
Questiono-me.
E sem querer tão pouco mais ou menos ver crentes promessas essas, encontro-me! E vejo que no fundo fui, sou e serei apenas e mais um; Não o ideal, longe do primeiro, mas talvez resposta desse teu pensamento.
Mas se souberes reger mais uma vez, de adaga em punho, crava no meu peito, um sinal que me faça sentir vivo, escorrendo assim o sangue que até agora ocultara.


Por Pedro Cerqueira » Sexta Fev 26 2010 18:46

'Não enviado'

Por entre palavras, lê-mos olhares.
Estendemos horizontes
Mas nunca os alcançamos.
E sabemos que tudo se baseará apenas em tal:
Olhares.

Talvez não seja essa a nossa vontade.
Sim, talvez...
Pois estranho-te,
Mas quero-te não só do meu lado,
Como também a meu lado.


Por Pedro Cerqueira » Sexta Fev 26 2010 18:38

Fracassos

Hoje percebo-te!
Em tempos julgava-te louca,
Mas hoje... Hoje sei que assim te sentias bem
E te refugiavas aqui.
E aqui te encontrei.

Sempre que me lembro de ti,
Emociono-me, confesso.
Mas não o saberás,
A menos que me conheças melhor que eu.

Tu! Sim, tu!
Se sou algo ainda:
Procura-me, nem que seja para um banal 'Olá'
Senão.......
Senão, faz dele, sangue de meu sangue,
O orgulho de teu orgulho.

Torna-o forte, faz dele feliz;
Alguém que eu não fui,
Algo que não tive.
Não faças dele outro de mim,
Pois não quero para ele isto:
Fracassos.


Por Pedro Cerqueira » Sábado Fev 20 2010 17:42

Nada

O autêntico chegou.
E veio parar-me às mãos;
Aprecio-o então.

Não tem valor algum,
Mas guardo-o.
Pois finalmente me podia vangloriar do Nada que tinha.

Esse Nada que é meu,
O Nada que tende em escapar-me por entre os dedos.
Algo que alguém anseia em ter,
Algo que não deixarei fugir.

O nada torna-se muito,
Mas muito pouco ainda é.

Faço então algum esforço
Para que ganhe forma
E valor.

Mas esse nada
Nada quer.
Tende em ficar
Assim,
No nada que é.


Por Pedro Cerqueira » Domingo Jan 17 2010 21:49

Momentos

Todos aqueles momentos que vivemos?
São nada.
E do nada sobrevivem.

Pois que assim seja,
Que assim prevaleçam.
Eternos.

Sim, tu sabes.
Sabes que nem sempre temos noção do real,
Mas a realidade é que aconteceu.

E nem os Deuses,
Nem heróis,
Nem vilões,
Nem humanos,
Nem ninguém,
Os poderão fazer desaparecer.

Talvez a culpa tenha sido minha,
Ou do tempo.
Talvez tenha chegado tarde demais a esse comboio fantasma que é teu.


Por Pedro Cerqueira » Domingo Jan 17 2010 21:09

Poesia barata, língua cara.

Não tinhas o direito de o fazer, não tinhas o direito de insultar alguém que não conheces!
Não, senão sabes metade sequer de si.

Tu... Tu que te disfarças por entre ilusões para agradar a todos, a propósito dessas aparências.
Pára! Pára com isso! Não és ninguém para criticar outrem, senão nem de ti sabes cuidar!

Tudo está mal, menos tu.
O teu subconsciente o diz, mas não quem te rodeia!
Olha a tua volta, repara bem!
Ninguém mais vive assim senão tu.

Que em tempos tens um coração humilde,
e em outros....
Tão animado como uma pedra daquele vale que me falaste.

Nem sempre quem cá está há mais tempo tem mais sabedoria,
Por isso aprende,
Não por livros, nem por histórias,
Mas pelo que os outros te dizem.

Não é criticar,
Mas sim observar,
Querer te dar a ver
A verdade
E melhorar.

Por Pedro Cerqueira » Terça Dez 01 2009 12:07

Num mundo imperfeito

Palavras corridas no papel vejo surgir, sem sentido nenhum, e sem ler o que escrevo, parte de mim escreve o que sente, sem pensar nisso, sem raciocinar. Palavras aparecem.
Pensando que parte de mim é poeta, e outra parte um enigma, fecho os olhos. E momentaneamente estou no meio de um labirinto sem inicio, nem fim.
Tento pensar. Mas tudo o que penso é mau, horrendo, nada cabe na cabeça, e o intelectual não deixa o coração sentir. A cabeça fervilha, o coração quase pára.........
Expiro. E de cabelos ao vento, nesse teu farol sem luzes de guia, apalpo tudo, mas nada parece ter forma, nada parece ser como devia. Realmente, nada é o que devia ser. Espreito pelas grandes janelas do farol e tudo o que vejo é asqueroso, nada parece ser normal, nada parece seguir os eixos.
Até que fecho os olhos, inspiro, penso em ti, e reabro......


Por Pedro Cerqueira » Quarta Set 30 2009 21:24

Renascer!

Hoje renasço, para nunca mais reviver, para não renascer o que em tempos morreu e mesmo assim estando eu, a tentar reviver. Mas de nada me servira, o que está morto, está morto e não há volta a dar.
Haverá pior sentimento ou pressentimento que perdemos algo nosso?
Sim, há! O sentimento de sentir que algo sentido deixou de se sentir e perdeu todo o seu sentido.
Digo Adeus a tudo, Adeus a ti, para que quando te avistar, não reconhecer mais quem eu fui!


Por Pedro Cerqueira » Quarta Set 30 2009 21:07

Dedicado

Dedicado!
Não àqueles que o querem, mas a todos que o merecem.
Simplesmente o digo àqueles que outrora entraram na minha vida. A essas pessoas, as guardo ainda na parte que mais aperta sempre que as relembro.
Amizades se constroem, laços se reforçam, e desses me recordo.


Por Pedro Cerqueira » Quarta Set 30 2009 21:04

Páginas desfolhadas

Por entre páginas desfolhadas, me reencontro. E essa saudade de fazer pintar o papel, renasce.
Recordo e acordo, o Sol nasce de um lado enquanto que a Lua se faz cair do outro.
Mas com falta de inspiração me sinto, e no meio deste livro semi-completo vejo que há páginas que não encontro.
Recorro então à minha memória. E por entre nós e encruzilhadas com que me deparo há um espaço, reservado a ti.
E assim, abstractamente, fecho este livro e encosto-o na estante para que ganhe pó e no futuro me possa relembrar de quem eu fui.


Por Pedro Cerqueira » Quarta Set 30 2009 20:57

Talvez tenhas razão

Talvez tenhas mesmo razão.
Talvez eu seja uma ignóbil pessoa que não sabe gostar de alguém.
E ‘como um importante’ falo, para parecer mais bonito.
Mas não é por ser, nem para ser bonito ou não que te escrevo.
E isto torna-se um ciclo vicioso;
Escrever-te, é sentir-te.
E se percebes mesmo o que sinto,
Percebe o porquê dos meus actos.
E se, por vezes, dúvidas de mim:
Sim, eu gosto mesmo de ti.
Mas se isto não chega,
Se queres mais,
Então vem buscar o que julgas ser teu!
Se achares também que nada és para mim,
Desengana-te!
És mais do que pensas, mais do que pareces!
Pois se não fosses, eu não escreveria cartas a ti:
Estranha e desconhecida, ainda.
Mas, desde já, desde sempre: IMPORTANTE.
Por isso, se me quiseres desculpar, ficarei do teu lado,
Se não quiseres, também.
Mas nunca poderei fazer nada sozinho.
Arde-me a cabeça, tenho febre,
A minha temperatura corporal sobe,
O coração bate a cada segundo,
Os pulmões quase não enchem o mínimo para respirar.
Por ti.


Por Pedro Cerqueira » Segunda Mar 08 2010 22:46

Perdidos, mas não abandonados

Relembro-me de ti, saudocioso, lembro-me de palavras, momentos, gestos.
Mas essas memórias que foram mortas em sangue de glória e vivências fúnebres, lá ficarão; no passado. Onde só nós sabemos o caminho para as encontrar.
Peço-te que não te vás, pois sem ti sigo desamparado; Não te peço para apagares o que foi escrito, mas para tentares escrever uma nova história. E, como uma criança, perco-me em ti, dou-te a mão, e aperto… Se ainda te lembrares.
Por Pedro Cerqueira » Domingo Mar 07 2010 15:11

Ainda te lembras?

Ainda te lembras quando um dia te pedi para ficares?
Pois bem, tu ficaste.
Com tudo isto, eu fiquei especado a olhar para ti,
Mas tu não suportaste a minha ausência,
A minha ausência tornou-se ignóbil.
E desfizeste-te de tudo aquilo que era teu,
Viras-te costas.
Mas não foste embora.
E agora, passado todo este tempo,
Soube que continuas lá
Mas de costas voltadas para as minhas,
Fazendo exactamente o mesmo que eu:
Esperando por um 'Olá' teu.

E ali estamos nós os dois,
No meio do nada,
Há espera um do outro,
Mas não agimos.
É como que soubéssemos que nenhum de nós sairá dali,
E estará sempre há espera do nada.


Por Pedro Cerqueira » Quarta Dez 09, 2009 21:41

Inóspito

Como um aloquete de diário,
Que teima em só se abrir para uma única chave.
Como as ondas de um oceano,
Que vão e vêm.
Como o sol, lá em cima,
Que tende apenas em vir uma vez perante outra.
Como uma árvore de fruto,
Que apenas tende em florir uma vez no ano.
Como uma estação do ano,
Que apenas revive de longe a longe.

És tu, um ser que tende em ir, quando quer,
E a voltar, quando tem de ser.

Por Pedro Cerqueira » Quarta Dez 09 2009 21:16

Paradoxo da Vida

Escrita a tinta negra no papel, estão declarações indeclaradas sobre amores e ódios, fidelidades e traições, orgulhos e desilusões, sorte e azar, riscos e seguranças.
Irracionalmente, penso no racionalmente impensável, penso no que impossivelmente pode acontecer, ou no que não quero que aconteça.
Estes são sinónimos de antónimos, ou, vendo bem, são antónimos da sinonimidade, sinonimidade esta que parece ser tão contrária como o paradoxo da vida...
Não penso em problemas sociais, mas sim nos meus problemas quanto à sociedade.
Todos os pensamentos, ideias e princípios vindos do vago, têm agora sentido, alguma razão de ser. E saber que o podem deixar de ser..... Felizmente, penso no que infelizmente pode acontecer. Esta tormenta que me persegue, que vagueia todos os cantos por onde ando, faz-me recear, o pior...


Por Pedro Cerqueira » Quarta Set 30, 2009 20:47

Sozinho

Tentei fugir, não sabia para onde, nem quando, e muito menos como,
Apenas me interessava fugir, sem nenhum porquê.
Tudo que consegui foi..... Fugir.
Nada nem ninguém me acompanha, senão o silêncio.
O silêncio que dói, o silêncio que perdura, o silêncio que se esconde,
Silêncio que quer ser algo, sem nada dizer,
O silêncio de um olhar,
Do meu olhar,
Do teu olhar,
Não só aquele silêncio que irá durar,
Mas aquele silêncio que teima em ficar.


Por Pedro Cerqueira » Quarta Dez 09, 2009 21:05