Meio ano

Muito mais que esperávamos, muito mais do que pensávamos, mais que duas almas suportavam, mas tornou-se real. Já não são fantasmas, nem casas assombradas, já não são pensamentos, nem desejos; É meio ano. - Este é o nosso tempo, aquele que te falei.
E tirando o facto que soubesse que este existia, nunca pela mente me teria passado tanto. Desculpa, meu amor, se não me expresso bem, mas não quero eu dizer que é demasiado, mas sim que te amo.
Digamos até que já não o julgo como um tempo, mas sim um caminho: Rochoso por vezes, plano outras, e algumas vezes até seguimos lados em que nos levam para um caminho mais longo, mas continua a ser um caminho.
Agora simplesmente não vale a pena olhar para trás, ver o que já caminhamos e pensar que é muito, pois não sei bem o que tenho à frente, mas o mundo não é quadrado e nada cai no vago.

Por Pedro Cerqueira » Sábado Out 30 2010 12:02

Qualquer coisa

Passei tempos infinitos a tentar criar qualquer coisa, pois já tinha saudades de escrever. Mas «qualquer coisa» não vem só porque queremos, ou porque sentimos falta. Por vezes não pudemos ou nem sequer pensamos, e aí sim, surge «qualquer coisa».
O mesmo se passa com o desejo humano; Queremos muito ter qualquer coisa, e essa mesma coisa acaba por chegar... Mas não na altura certa, por vezes tarde demais. E sem dar conta, pudemos chegar a ter o que em tempos queríamos.
Mas esse mesmo querer passa, voa, e estagna. Passamos longe dele e do 'apetite visual e emocional' que havia até então, ignoramos uma presença, pensamos mais no que podíamos fazer e não no que vamos fazer, esquecemos um motivo e passamos a guardar tudo isto como uma memória; Ou chega este mesmo querer a ser arrastado para as margens do futuro, para que consiga este matar uma saudade, um desejo, ou um prazer que se confunde com um devaneio futuro.
E é quando temos qualquer coisa, que «qualquer coisa» surge.

Por Pedro Cerqueira » Terça-Feira Out 26 2010 00:10