Pais? Quais pais?

Como conseguem vocês pousar a cabeça na almofada de noite?
Que seja a vossa resposta muito boa, que seja uma boa razão, pois esta é a última vez que vos perguntarei.
Talvez nem tudo seja como dizem, ou diziam; Afinal não se dedicaram tanto quanto deviam, ou tanto quanto prometeram a vocês próprios.
Mas já devia eu saber, desde a minha infância que os 'Um dia vais ser feliz', apenas me iludiam. E eu sonhava...
Com uma casa, um quarto só meu, com vocês... Felizes.
Mas com o passar do tempo, vão-se queimando expectativas, deitando fora quaisquer esperanças ainda residentes dentro de algo que é inexplicável e que apenas reside naquele cantinho que não deveria morrer, acontecesse fosse o que fosse. Pois bem, mas o meu morreu, não por vontade própria, mas porque o assassinaram. Talvez esteja a ser injusto, mas não tanto quanto devia, não tanto quanto a vida foi comigo.
E assim, vos escrevo, sem destino, nem remetente para que saibam apenas que continuo a viver, e ser feliz sem vós, meus 'pais'.

Por Pedro Cerqueira » Segunda-Feira Mai 17 2010 17:34

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