O que faltou dizer

Estou tão perto de ti, que quase te consigo tocar...
Não por dentro, por fora. Pois é a única forma que consigo, ou acho que consigo. Talvez até esteja cego de tanto ver, talvez até me doam os ouvidos de tantas mentiras que ouço; Não me importo, pois és tu causadora da minha cegueira.
Finjo não precisar de ti, finjo que és só mais uma pessoa, finjo até que não te amo, mas enquanto selares os meus lábios com os teus, e fizeres de mim alguém que precisas, por muito mínima que seja a razão, eu continuo perdido em ti como nunca antes, como estou prestes a estar. E sempre que me perco, sempre que me fazes olhar o mundo de outra maneira, enquanto este se destrói, sou feliz.
No fim de tanta volta, soube que no fundo consegui tocar-te por dentro, não sei quantas vezes, não sei de que maneira, não sei se realmente o fiz bem ou mal, se estou nesta viagem a fazer número ou se sou número exclusivo. Não sei do que vivo pois o meu único sustento é o teu olhar, e a tua respiração tira-me a opacidade;
Não sei para onde vamos, sei que temos as mãos dadas,
Não sei brilham os meus olhos, mas os teus sim,
Não sei quantas estrelas estão postas no céu, sei que acompanho uma,
Não sei porque o faço, sei que estou aqui,
Não sei se devia, sei que me sinto bem,
Não sei se sabes, mas um dia te direi,
Não sei se estou perdido, sei que me encontraste,
Não sei se faço bem ou mal, sei que não foi em vão.
Confesso-te, em segredo, que nunca soube tão bem dar os mesmos passos, por caminhos diferentes;
Odeia-me quando me for embora, mas não me deixes ir... Nunca mais.

Por Pedro Cerqueira » Segunda-Feira Mai 10 2010 19:44

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