Salvaste um mundo

És paisagem natural sem se querer fazer ver, és rio que nasce no mar, és pôr-do-sol que se ergue, és ponteiros de um relógio inverso, és um mundo! E outro tens à tua frente, um ou os que quiseres, porque nem um universo chegaria para tanto do quanto és.
Fechando os olhos à ingenuidade, escondendo um passado rebelde de relembrar, e um futuro cego de escrever, vivo o presente, a teu lado, e sinto-me bem; Certo é que dei por errado, ou neguei que realmente necessitei.
Mas conta-me das tuas histórias, daquelas que provavelmente já nem te lembras, conta-me uma vida;
Diz-me o que é sofrer pois sou indolor;
Incolor, me tornas, sem saberes o significado de palavras que digo, ou mesmo que disseste.
És mais que pensavas ser, talvez mesmo, mais que eu próprio julgava seres, ou talvez sejam dias, pesados, duros, com efeitos de sépia.
Vingaste em sangue de fracassos, e escolhes a dedo quadros que pintas, em tons meio frios, com
folhas dissecadas, em dias de chuva, semeias ódios e colhes hectares de glória, dizes 'Adeus' como soubesses que amanhã me verás, orgulho-me.
Arrisco-me a dizer que és o meu céu, que me dás dias radiantes de sol, como tempestades desastrosas, levando tudo... Talvez me enganei quando dei por minha, tua alma.
Felizmente, conseguiste salvar um mundo.

Por Pedro Cerqueira » Terça-Feira Abr 6 2010 21:24

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