Vou perdendo as minhas origens

Te escrevo, leitor.
Pois a minha vida te pertence e perdi as minhas origens. Perdi-te de vista, não te ouço desde algum tempo.
Culpa minha será também e serei egoísta se não disser que me desleixei, me deixei levar e te deixei nesta praia sem ondas, nem calor solar. Mas voltei... Não de vez, apenas te visito para que saibas que não me esqueci.
E esta doença leva-me os pensamentos, sentimentos e todo o resto que julgavas ser teu; Serei sim, no dia em que me prometeres que seja isto mais que um sonho e me aplaudas com mais que um gesto que milhares conseguem.
Vou-me afastando... A sombra do meu bote vem comigo, e confunde-se com o nevoeiro que espalhas para que pareças desconhecido. Tal como tu, que nada prometes, o farei eu, mais uma vez.
Mas garanto voltar, pois origens assim não se aprendem...
Confia em mim, mais uma vez, apenas desfolha, deixa-me abraçar-te, deixa que os meus sentimentos sejam os teus, seja a minha dor a tua. Sejamos uno, velho companheiro.

Por Pedro Cerqueira » Quinta-feira Jul 08 2010 11:25

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